Apesar de parecidas, essas duas práticas da agricultura são diferentes em sua essência. Por mais que em ambos os casos os agricultores sejam membros da mesma família, suas finalidade divergem, tanto para eles mesmos quanto para a sociedade. Não devem então, sob hipótese alguma, serem usados como sinônimos.
A agricultura de subsistência, para contextualização, tem a finalidade de alimentar a família agricultora, a pequena sociedade rural em que estas pessoas estão inseridas e, em alguns casos, trocar os produtos sobressalentes ou comercializá-los. Não tem nenhuma ligação direta com a economia ou qualquer ligação com o governo. Plantam o que comem e comercializam o que tenha sobrado.
Por outro lado, a agricultura familiar tem um respaldo governamental e uma lei que os beneficia, por assim dizer. Como na agricultura de subsistência, a maioria dos agricultores são da mesma família, e eventualmente são contratados alguns poucos funcionários. Os produtos cultivados são em sua maioria comercializados e fonte total, ou principal, de renda do grupo familiar em questão.
A agricultura de subsistência no Brasil
No nosso país, agricultura de subsistência possui um papel importante na vida dos pequenos produtores rurais, de suas famílias e da comunidade ao seu redor. O motivo é bem simples, grande parte do sustento, se não todo ele, é conseguido dessa forma e evita a miséria e a fome de determinados grupos.
Características da agricultura de subsistência:
- Realizada por pequenos produtores;
- Produção baixa e limitada;
- Finalidade principal é suprir as necessidades alimentares de um grupo;
- Uso de métodos rudimentares, tradicionais e sem muita tecnologia tais como: arado, enxada, etc.;
- Preferência pela policultura (cultivo de produtos distintos);
- Produtos sem agrotóxicos (mais saudáveis);
- Principais produtos cultivados: grãos, frutas, hortaliças
A agricultura familiar no Brasil
No Brasil a agricultura familiar tem uma importância histórica e corresponde por mais de 50% da alimentação do país. Ou seja, a comida na mesa das famílias dos grandes centros é proveniente dela. Ela deixou de ser, há muito tempo, uma estrutura pequena. Atualmente, conta com um faturamento anual de milhões de dólares e ajuda a movimentar a nossa economia.
Ela está presente em quase todas as propriedades rurais do nosso país, e quase metade de toda a produção se concentra na região nordestina. Os estados do nordeste são responsáveis por cerca de 1/3 da produção anual.
Ter uma agricultura familiar forte é sinal de comida na mesa, geração de emprego e renda, mas para se enquadrar em “agricultura familiar” e não “agricultura comercial” é necessário a atender a alguns critérios: usar a mão-de-obra familiar na maior parte das atividades,a maioria da renda deve ser originada dela e as atividades precisam ser gerenciadas pela própria família.
Características da agricultura familiar:
- A família é proprietária, administradora e responsável pela produção e venda dos produtos.
- A produção em pequenos lotes de terra, com uma maior variedade produtiva.
- A maioria dos produtos é comercializada
- Suas principais produções são: milho, café, mandioca, feijão, arroz, trigo, leite, carne suína, bovina e de aves
Em síntese, buscando diferenciar as duas práticas e desmistificar a idéia de que são a mesma coisa, a agricultura de subsistência existe para o sustento das famílias agricultoras. É plantado e colhido apenas o que se come, em quantidades mínimas. Eventualmente, produtos podem ser comercializados ou trocados. A alimentação é a principal razão do cultivo de hortaliças, frutas e vegetais, além da criação de animais bovinos, suínos e aves.
A agricultura familiar, embora composta por famílias, tem em sua finalidade a comercialização dos produtos cultivados. O sustento, e não só a alimentação, vem dessa prática. Ela existe como meio de geração de emprego, renda e movimentação da economia. E embora suas produções seja pequenas, em sua totalidade, a prática é responsável por metade da alimentação do Brasil